Comitê Gestor do Fundo Indígena do Xingu avalia projetos da 1ª Chamada Pública FIX
Por Élida Galvão
Ascom Fundo Dema
 Membros do Comitê Gestor FIX avaliam projetos
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O Centro de Formação Bethânia, da Prelazia do Xingu, em Altamira (PA), foi o local de encontro de indígenas de diversas aldeias da região do Xingu, durante a reunião do Comitê Gestor do Fundo Indígena do Xingu (FIX), ocorrida no período de 05 a 09 de maio. Além dos indígenas, estiveram reunidos representantes do Fundo Dema, que também compõe o Comitê Gestor do FIX.
O objetivo foi avaliar os projetos encaminhados a ‘1ª Chamada Pública de Apoio a Projetos Socioambientais do Fundo Indígena do Xingu’. Ao todo, foram enviados oito projetos da região Xingu-Tapajós, sendo que todos foram aprovados com condicionantes, o que significa que para serem efetivamente aprovados, os projetos deverão realizar alguns ajustes.
Além de deliberar sobre os projetos, o Comitê Gestor discutiu sobre a importância do FIX enquanto instrumento de fortalecimento para as organizações indígenas e para os indígenas. Apesar de o número de projetos inscritos ainda ser considerado pequeno, o grupo avaliou que este é o momento de disseminar a relevância do Fundo e firmá-lo enquanto alternativa de combate a projetos capitalistas falsamente intitulados como desenvolvimentistas, mas que afetam diretamente e de forma destruidora a vida camponesa e o bioma amazônico, como os REDD (Redução de Emissão por Desmatamento Evitado a Degradação Florestal) e o projeto de construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que está sendo construída na região.
Para Matheus Otterloo, representante do Fundo Dema e membro do Comitê Gestor FIX, o Fundo deve ser visto como um importante instrumento de justiça socioambiental para os que acreditam na resistência a partir da luta e enfrentamento ao grande capital. “O FIX foi construído pelos indígenas e é o único instrumento que os indígenas possuem para se fortalecer”, ressalta.
O indígena Kwazady Xipaya, da aldeia Tukamã, vice-presidente da Associação Pyjahihi e titular no Comitê Gestor do FIX, avalia que a atual conjuntura em que perpassa o município de Altamira, diante da construção de Belo Monte, contribui para a dispersão dos indígenas por conta da atrativa remuneração oferecida com obra. Porém, acredita que “o FIX deve estar nas mãos das lideranças indígenas e que este foi uma luta criada por eles, por isso que devem continuar a luta para consolidar e fortalece-lo cada vez mais”. Kwazady Xipaya ainda se propôs a visitar aldeias da região para que todas as comunidades indígenas conheçam o FIX e a sua importância para todas as etnias.
Outros indígenas também manifestaram opiniões positivas sobre pujança do FIX. Kawore Parakanã, da Aldeia Apyterewa, membro titular do Comitê Gestor, ressalta que os indígenas não podem perder o foco deste Fundo e afirma que para a sua etnia, os Parakanã, esta é uma chance de conseguir fortalecer sua comunidade e por isso já está providenciando a legalização da associação desta comunidade.
“Considero este um momento histórico para os indígenas, pois pela primeira vez temos um fundo de apoio a projetos indígenas sendo tocado pelos próprios indígenas. Com isso, o Fundo cada vez mais vai se fortalecendo”, afirmou Kagroti Kayapo, presidente da Associação Comunitária Indígena Tapiête (ACIT), da Aldeia Baú (Altamira), e membro titular do Comitê Gestor.
Durante os cinco dias de encontro deliberativo estiveram presentes os membros do Comitê Gestor do FIX: Matheus Henricus Antonius Otterloo, da FASE/Fundo Dema – Programa Amazônia, membro titular e presidente do Comitê Gestor Fundo Dema; Kwazady Xipaya, da Rota Iriri – aldeia Tukamã, vice-presidente da Associação Pyjahihi e membro titular no Comitê Gestor; José Cleanton Curioso Ribeiro, da Pastoral Indigenista da Prelazia do Xingu/Altamira (PA) e membro titular do Comitê Gestor; Kagroti Kayapo, presidente da Associação Comunitária Indígena Tapiête (ACIT) – Aldeia Baú/Altamira (PA) e membro titular do Comitê Gestor; Sebastião Munduruku, da etnia Munduruku – Ribeirinha Pedra Preta e membro titular do Comitê Gestor. Os demais membros do Comitê Gestor tiveram a sua ausência justificada.
Deliberações
Após as discussões e avaliações dos projetos, o Comitê Gestor firmou o próximo dia 30 de junho como prazo final para a entrega dos projetos referentes a 1ª Chamada Pública FIX, considerando as condicionantes, na secretaria do Fundo Dema. Também será verificada junto ao Fundo Amazônia/BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), a possibilidade de lançar a 2ª Chamada Pública FIX ainda no primeiro semestre de 2014.
Serviço:
Prazo para entrega de projetos: 30 de junho de 2014
Endereço: Rua Bernal do Couto, 1329, bairro: Umarizal, CEP: 66055-080 – Belém/PA
Informações: (91) 4005-3750