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17/02/2016
Por: Equipe Fundo Dema
Assunto: Notícias
Leitura: 3 minutos

Projeto quilombola recebe orientações sobre prestação de contas

Por Élida Galvão

Fundo Dema


No dia 25 de janeiro, os moradores e moradoras da comunidade quilombola Macapazinho, localizada no município de Santa Izabel do Pará, receberam a equipe do Fundo Dema, que esteve no local para orientá-los sobre prestação de contas e monitoramento de projeto apoiado pelo Fundo Dema em parceria com o Fundo Amazônia, por meio da 2ª Chamada Pública Quilombola .

Desenvolvido pela Associação Comunitária dos Remanescentes de Quilombos de Macapazinho (ACREQUIMA), o projeto ‘Açaí: energia para vida’ objetiva melhorar a qualidade de vida das famílias com o aumento de renda. Para alcançar esse objetivo, o projeto prevê a implementação de um Sistema Agroflorestal (SAF) centralizado pela cultura do açaí como alternativa para a recuperação de áreas degradadas do quilombo. 

 

Renata Monte, do Fundo Dema, orienta as famílias que integram o projeto ‘Açaí: energia para vida’


Somado ao incremento na melhoria da renda das famílias e à recuperação de áreas degradadas, o projeto visa, também, garantir a segurança alimentar destas famílias, além de ter um papel educativo à medida em que se propõe a mostrar a importância da recuperação do solo e da preservação do meio ambiente enquanto alternativa para assegurar a sustentabilidade para as gerações futuras.

Moradora de Macapazinho, Hilza Maria Oliveira, 41 anos, disse ter considerado importante a atividade do Fundo Dema porque as informações trocadas com a comunidade podem facilitar quando chegar o momento de prestar de contas. “Foi falado sobre prestação de contas, que temos que gastar só o que está previsto no projeto. Agora sabemos o que temos que fazer, onde ir, como teremos quer proceder se precisar mudar algo, como um recibo, por exemplo”, disse.

História

Localizada a 14 quilômetros do município de Santa Izabel do Pará, a vila de Macapazinho é uma área de recente integração comunitária, com cerca de 50 anos de formação, atualmente acolhe 46 famílias de remanescentes de escravos.  Apesar de sua recente ocupação, a vila carrega consigo uma história secular, do tempo da escravatura. Isso porque a dois quilômetros dali fica o lugarejo Macapá da Beira, um quilombo mais adentro da floresta, com aproximadamente 190 anos, onde os escravos se refugiavam.

Com o objetivo de se aproximar mais dos recursos hídricos oferecidos pelo Igarapé Itá e do porto de Caraparú, local de aporte das embarcações, seu Manoel Raimundo Smith, filho de escravos e hoje falecido, se mudou com toda a sua família de Macapá da Beira para a área em que viria a se tornar o quilombo de Macapazinho. Não tardou para outras famílias aceitarem o convite de seu Manoel para aproximar suas moradias à estrada que levaria até Caraparú.

Aurélio Borges fala sobre sobre a formação de sua comunidade


Neto de escravos, Aurélio Borges nasceu em Macapazinho. Hoje, agente comunitário da localidade e também dinamizador do Fundo Dema, ele conta que antes de se mudar para a área de Macapazinho, seu avô chegada a percorrer sete quilômetros com produtos na cabeça para chegar até o porto de Caraparú, onde eram distribuídas as mercadorias para a venda nas cidades.

“As famílias saíram do centro da floresta por conta da distância para desembarcar os produtos. As embarcações aportavam no porto de Caraparú, que hoje é balneário. Antes, este era o ponto mais fundo para encostar os barcos e é lá, também, que começa a história dos remanescentes (…). Geralmente as famílias levavam para o porto carvão, farinha e frutos nativos que, na maioria das vezes, eram destinados ao porto da palha. A geração atual trabalha com horta e vende no Ver-o-Peso e na feira do produtor, em Santa Izabel”, conta Aurélio.


Saiba mais sobre o projeto no vídeo produzido pelo Fundo Dema

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