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03/09/2018
Por: Equipe Fundo Dema
Assunto: Notícias
Leitura: 3 minutos

Representantes de Aliança Mesoamericana vêm ao Brasil para conhecer a atuação do Fundo Dema

Por Élida Galvão

| No Baixo Amazonas, representantes da Aliança Mesoamericana conhecem projetos apoiados pelo Fundo Dema

Representantes da Aliança Mesoamericana de Povos e Florestas estiveram no Brasil para conhecer experiências de fundos comunitários, entre eles Fundo Dema e o Fundo Babaçu, desenvolvido pelo Movimento das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB). Com o objetivo de aprofundar a articulação da Aliança por meio da implantação de um fundo de apoio a povos e comunidades tradicionais, inicialmente a comitiva esteve na região do Baixo Amazonas, onde conheceu algumas ações apoiadas, e também no escritório, em Belém, para entender como funcionam as atividades administrativas.

Formada por dez organizações que incluem indígenas e não indígenas de países como o México, Guatemala, El Salvador, Honduras, Belice, Nicaragua, Costa Rica, Panamá e até mesmo o Brasil, a Aliança atua em torno de alternativas para os indígenas e demais a populações camponesas a partir de quatro eixos temáticos: direitos territoriais, financiamento voltado à contenção das mudanças climáticas, consulta prévia e informada e a não criminalização dos territórios.

Durante o dia 26 de agosto, Gustavo Sanchéz, do México; Herman Chávez, de El Salvador; Carlos Ojeda, da Guatemala e Levi Sucre, da Costa Rica, visitaram três projetos apoiados pelo Fundo Dema, entre eles, ‘Peixe e Mel de Produção Sustentável’, na comunidade de Anã, localizada na Reserva Extrativista (RESEX) TapajósArapiuns; ´Tesume na Roça Projeto Sustentável’ e ‘Fauna e Sorriso no coração da Amazônia, ambos na comunidade Coroca, localizada no Projeto de Assentamento Extrativista (PAE) Lago Grande.

“Eles ficaram bastante contentes com o que viram e ouviram. Disseram que essa modalidade de ter um comitê gestor dentro do Fundo e a forma como os projetos são avaliados têm um significado distinto, uma vez que  os interesses são apenas em oportunizar as organizações de base comunitária no desenvolvimento dos projetos com bastante lisura e transparência”, relata Rosa Godinho, integrante do Comitê Gestor do Fundo Dema pelo Centro de Apoio a Projetos de Ação Comunitária.

Seguindo para Belém, nos dias 28 e 29, a comitiva reuniu com a equipe administrativa do Fundo Dema, momento em que teve a oportunidade de compreender melhor os objetivos estratégicos do Fundo Dema, a forma de gestão por meio do comitê gestor, o protagonismo e participação das comunidades e ainda o controle das informações e sistematização dos dados dos projetos por meio de uma plataforma personalizada.

| Em Belém, a comitiva esteve reunida com a equipe administrativa do Fundo Dema, em companhia de duas tradutoras

“Definitivamente o Fundo DEMA tem muitos aprendizados aplicáveis ​​na Mesoamérica e na América Latina para realizar o direito dos povos indígenas, comunidades locais e afrodescendentes a um desenvolvimento com identidade e que responda às suas prioridades”, considera Gustavo Sanchéz.

Ele ainda estende a sua avaliação com algumas pontuações, ente elas a de que o comitê gestor é uma inovação que garante que o modelo seja participativo, plural e inclusivo; a existência de associações comunitárias e a decisão em assembleias dos projetos garantem que os apoios sejam baseados nas prioridades da comunidade; o design de um sistema de Monitoramento, Relatório e Verificação permite que uma pequena equipe de trabalho opere o Fundo de maneira eficiente, além de que, para ele, a avaliação cruzada evita conflitos de interesse e garante transparência.

Para Matheus Otterloo, presidente do Comitê Gestor do Fundo Dema, o intercâmbio de conhecimento com a Aliança Mesoamericana foi bastante rico. “Eles consideraram o Fundo Dema com um significado muito importante e específico. Mostramos todo o mecanismo de como funciona o fundo e por outro lado eles nos mostraram o que a aliança procura na américa central sobre o fortalecimento dos povos indígenas e tradicionais das suas regiões, também numa grande resistência a uma série de investidas que ao invés de serem uma construção, se tornam uma grande ameaça a estes povos”.


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