Fundo Dema realiza encontro com projetos do edital Cidades Amazônicas
O momento foi realizado em Santarém e contou com a participação de diversas organizações e coletivos para compartilharem as ações desenvolvidas a partir do apoio aos projetos
Por Isabelle Maciel*
Entre os dias 27 de fevereiro e 1° de março, o Fundo Dema realizou, em Santarém, o monitoramento de projetos apoiados pelo Edital “Cidades Amazônicas: Floresta Viva em Movimento”. Representantes de dez organizações, localizadas em Altamira, Itaituba e Santarém estiveram presentes, trocando conhecimentos e práticas.
A programação foi bastante interativa e contou com dois momentos, no primeiro houve apresentação de cada organização e coletivo, expondo as atividades desenvolvidas, os resultados e seus impactos para a comunidade. No segundo momento, os/as participantes puderam visitar algumas iniciativas apoiadas.
Durante o encontro, cada organização trouxe sua realidade e como executou ou está executando a iniciativa apoiada. O Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), de Itaituba, está executando o projeto intitulado Empoderando Mulheres e Juventudes na Luta por Direitos e Resistência em defesa da Amazônia. Segundo Joelma, integrante do movimento, o objetivo é conscientizar as mulheres e a juventude sobre os processos que a população vive na região de Itaituba devido a chegada dos grandes projetos.
Uma das estratégias usadas pelo MAB para alcançar as pessoas é ir até os bairros urbanos, principalmente aqueles mais afetados com a instalação das grandes empresas, incentivando o público a perceber os problemas que os cercam e também a participarem de atividades de formação política.
“Esse processo acontece há muito tempo na região, mas agora com a colaboração do Fundo Dema, podemos executar essas coisas e fazer com que as pessoas possam se unir e se mobilizar em torno pautas de lutas, e possam ser ouvidas pelo governo e por essas empresas para que se fortaleçam dentro da região”, finaliza Joelma.
Intercâmbio
Outro momento que fez parte da programação do encontro foram as visitas a duas iniciativas que fazem parte do edital, a primeira no projeto Encantos do Maicá – Turismo de Base Comunitária, realizado pela Associação do Moradores da Pérola do Maicá (AMBAPEM). E outra em Alter do Chão, para conhecer o projeto Guardiões do Território – Coletivo Indígena de Audiovisual, realizado pela Associação de Mulheres indígenas Suraras do Tapajós (AMIST).
William Vitor, da AMBAPEM, afirma que o apoio do Fundo Dema tem contribuído bastante no crescimento da associação, tanto em conhecimento, com a realização de ações de formação para potencializar o turismo na região, como na aquisição de equipamentos.“Conseguimos adquirir máquina de costura, notebook, câmera GoPro, que contribui e ajuda a dar continuidade no nosso trabalho, e o Fundo realmente trouxe esse apoio pra gente, e com certeza pretendemos dar continuidade nesse trabalho”, finaliza William.
No último dia de encontro, o Fundo Dema proporcionou um momento de escuta individual de cada projeto, para entender como estão os trabalhos e também a prestação de contas.
Graça Costa, presidenta do comitê gestor do Fundo Dema, fala que o monitoramento se faz importante para saber como os projetos estão caminhando, é uma ferramenta da metodologia usada pelo Fundo, já que o mesmo tem uma natureza comunitária, pois nasceu através dos movimentos. “Essa atividade que estamos fazendo aqui é muito importante, nessa perspectiva de como a organização está realizando a gestão do seu projeto, quais são os resultados, como está a participação da comunidade na execução, e como ele se incorpora no processo de fortalecer as comunidades”, finaliza Graça.
Dentre as organizações e coletivos presentes no encontro, estavam: Coletivo Vida Verde (Santarém), Coletivo Kitanda Preta (Santarém), Associação dos Moradores Pérola do Maicá (Santarém), Associação de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós (Santarém), Tapajós de Fato (Santarém), Movimento dos Atingidos por Barragem (Itaituba), Coletivo de Mulheres Amazônicas em Defesa do Meio Ambiente e Segurança Alimentar (Altamira), Associação das Famílias da Transamazônica e Xingu (Altamira), Coletivo de Mulheres do Xingu (Altamira) e Associação Indígena Patýi da Aldeia Pykajakà AIPPÝ (Altamira).
Veja mais fotos
*Jornalista e editora chefe do Tapajós de Fato