Povos da Amazônia rumo ao IV ENA
Por Élida Galvão
| Cerca de 300 pessoas da Amazônia participarão no IV Encontro Nacional de Agroecologia, em Minas Gerais
Reunidos em Belém (PA), nos dias 19 e 20 de abril, representantes do Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Maranhão, estados que compõem a regional Amazônia na Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), trabalharam em torno da mobilização para a construção e participação do IV Encontro Nacional de Agroecologia (ENA), que ocorre no período de 31 de maio a 03 de junho deste ano, em Belo Horizonte (MG).
Guiados pela Carta Convocatória da ANA, dialogando a todo momento sobre a importância da agroecologia nas relações sociais, econômicas, culturais, ambientais e em relação à saúde da população, o grupo buscou traçar estratégias para impulsionar a luta pelos bens comuns e o fortalecimento do movimento agroecológico em seus territórios, como forma de resistência às ameaças vindas principalmente do agronegócio, da mineração e dos suntuosos projetos de energia.
No primeiro dia de encontro os participantes socializaram o processo de articulação em cada estado, os diálogos preparatórios ao grande encontro e ainda a mobilização dos públicos da agroecologia. No segundo momento, após releitura sobre os objetivos do ENA, o grupo discutiu sobre os espaços de participação, incluindo a feira de saberes e sabores. A partir de rodadas de intervenção foram mapeadas algumas experiências e protagonistas – como indígenas, quilombolas, agricultores familiares, mulheres, jovens, artesãos, artistas e comunicadores populares – que fortalecem a agroecologia em cada estado, de forma a contribuir à consolidação do encontro.
No dia seguinte, tendo como referência o tema do encontro “Agroecologia e Democracia Unindo o Campo e a Cidade”, os participantes passaram à construção de espaços territoriais que incluem oficinas e instalações pedagógicas, de forma a valorizar as experiências regionais inseridas em temáticas como soberania e segurança alimentar e nutricional, promoção da saúde integral e alternativa, conhecimento agroecológico e educação do campo, construção social de mercados, defesa do território, democratização da cultura e comunicação em defesa dos direitos humanos e ambientais, a autonomia das mulheres e o fortalecimento da agroecologia, entre outros.
Cerca de 300 pessoas da regional Amazônia estarão presentes no IV ENA. Apesar das distâncias geográficas na região, que de certa forma acabam exigindo um esforço maior para a articulação, a mobilização para o engajamento político em torno da agroecologia continua a todo vapor. Durante os quatro dias de programação, lutadores e lutadoras do campo e da cidade prometem compartilhar conhecimentos, trocar experiências e fortalecer laços de solidariedade para avançar nas estratégias de ampliação das redes agroecológicas e na defesa do bem viver.